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terça-feira, 3 de junho de 2008

HOMENS VISIONÁRIOS DA SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL





Ver com antecedência as mudanças que podem ocorrer no mundo do trabalho, principalmente na transição da Sociedade Industrial para a Pós-Industrial, é um dom que alguns têm. Daniel Bell foi um que, em 1956, já antevia essa mudança quando enfatizava a predominância do setor de serviços na virada do século. Em seu livro O Advento da Sociedade Pós-Industrial, lançado em 1973, mencionava os fatores que iriam compor a transição entre a Sociedade Industrial e a Pós-Industrial. São eles: Passagem da produção de bens à produção de serviços; a crescente importância da classe de profissionais liberais e técnicos em relação à classe operária; o papel central do saber teórico (era do conhecimento intelectual); a gestão pelo conhecimento técnico e a criação de uma nova tecnologia intelectual.
Tudo isso não parece novidade hoje, mas Bell identificou esses princípios e trabalhou a teoria dos mesmos no final da década de 60. Como toda e qualquer mudança que pode ser detectada apresenta uma rejeição por aqueles que a sofrem e pouco entusiasmo por aqueles que a defendem, Alvin Toffler, em seu livro A Terceira Onda, já mencionava tal preocupação, principalmente no tocante à rejeição do “novo” e ao afastamento daqueles que apressadamente reprovam qualquer proposta nova como irracional.
Na verdade, esses visionários sabem que a economia mundial e as mudanças no mundo do trabalho apresentam-se em transições constantes, se movendo como grandes ondas. Toffler conseguiu vislumbrar as mudanças quando analisou o desenvolvimento tecnológico, analisando as novas descobertas energéticas, as tecnologias complexas, a engenharia genética (biotecnologia) e a subjetividade. Esta última contrapõe-se aos modelos vigentes de massificação. É essa subjetividade que nos permite atualmente adquirir, por exemplo, um carro através da internet, formatando-o conforme nossos desejos.
Deve-se ainda a Toffler a visão de se poder trabalhar em casa com toda tecnologia disponível na área da informática, internet e robótica, bem como o fato de se trabalhar o individual e o coletivo, o pequeno e o grande. Tudo isso graças à globalização da economia.
É, por exemplo, valorizar o “artesanato de palha do Ceará” e trabalhar o acabamento do mesmo por um artesão renomado, cujo destino final será a exportação.
Visionários são alvo de ataques, mas, como o “tempo é o Senhor da razão”, o reconhecimento vem com o passar dos anos. É como diz Domenico De Masi sobre Toffler: “Poucos como ele sabem compreender antecipadamente, a partir do enredo dos acontecimentos sociais, os êxitos futuros”.