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terça-feira, 27 de maio de 2008

EMPREGO X TRABALHO

Os noticiários enfatizam quase que diariamente a oferta de vagas de trabalho existentes no mercado e a demanda por profissionais qualificados. A última pesquisa do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revela dados preocupantes e ao mesmo tempo sinalizadores para nosso país.
Dados revelados mostram que a maior carência de mão-de-obra se encontra na indústria, a qual demanda pelo maior contingente de trabalhadores qualificados e com experiência profissional. Ao mesmo tempo, ela revela que existe uma maior demanda profissional pelo seguinte perfil de trabalhador: homens (65%), na faixa de 31 a 37 anos, cursando pelo menos o ensino médio com no mínimo oito anos e no máximo 12 anos de estudo, que aceitem trabalhar com salários que variam de R$640,00 (indústria têxtil e de calçados) e R$1.916,00 (setor financeiro).
Para a região Nordeste, a oferta de mão-de-obra e demanda de empregados qualificados e com experiência profissional apresenta um saldo positivo de 135.026, ou seja: a oferta de mão-de-obra é de 380.912 e a demanda de empregados formais é de 245.886. Um dado muito significativo da pesquisa é que no Brasil existe um descompasso entre os setores que mais geram vagas e os que contam com estoque de pessoas disponíveis.
Um dado até certo ponto assustador é que o Brasil possui cerca de 9,1 milhões de trabalhadores demandantes de emprego, sendo que, 1,7 milhão possuem qualificação e experiência profissional adequada aos postos de trabalho gerados. O setor de serviços com 35,4% de empregos formais abertos é o que mais responde por postos de trabalho ofertados, seguido do comércio e reparação de produtos com 25,3%.
Finalmente, temos que o déficit de mão-de-obra qualificada e com experiência profissional no Brasil para este ano, deverá ultrapassar 123,3 mil vagas formais abertas em setores da indústria de transformação e de extrativismo e do comércio de reparação de produtos.
Políticas públicas direcionadas a formação inicial e continuada de trabalhadores, fortalecimento do ensino profissionalizante nos níveis técnico e tecnológico, constituem ações urgentes sob pena de nosso país começar a importar mão-de-obra de outras nações.

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