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sábado, 31 de maio de 2008

BIOCOMBUSTÍVEL E PRODUÇÃO DE ALIMENTOS


Nas últimas semanas a imprensa escrita, falada, televisada e via internet, abordou a temática dos biocombustíveis e a produção de alimentos. Resisti um pouco para falar sobre o assunto, mas gostaria de levar você caro leitor a fazer uma reflexão segura sobre tão importante tema.
Gostaria de mencionar que a opção brasileira para produção de álcool combustível é baseada no etanol (cana-de-açúcar), explorado em uma área de aproximadamente 7 milhões de hectares, de um total de 400 milhões de terras disponíveis para cultivo, e a segunda com a produção de biodiesel com soja, mamona, girassol e outras oleaginosas. Diferentemente do modelo brasileiro, o que ocorre nos Estados Unidos é a utilização do milho para produção de etanol, principalmente pelo fato deste alimento ser considerado de primeira necessidade, e que os americanos em 2006 destinaram 14% de terras cultiváveis para seu plantio.
No caso brasileiro, o Governo Federal incentiva o plantio de mamona, girassol, pinhão-manso para produção de biodiesel e recomenda que estes cultivos sejam preferencialmente realizados por agricultores familiares (geração de trabalho e renda), sendo os plantios consorciados com feijão, por exemplo. Produz-se ao mesmo tempo a matéria prima para o biodiesel e juntamente no mesmo espaço, produz-se alimento. Nos Estados Unidos a coisa é diferente, pois o objetivo dos americanos é alcançar o patamar de 30% das terras cultiváveis produzindo milho para combustível. Quanto mais produção para etanol, menor para alimentação.
Opiniões existem e devem ser respeitadas, assim como existem os analistas econômicos, mas é preciso ter calma a abordar tal tema para que se chegue a algumas conclusões:
1. Países considerados emergentes apresentam uma melhor distribuição de renda e consequentemente, as classes C, D e E estão se alimentando melhor. Em 1975, um chinês consumia em média 20 quilos de alimento por ano. Hoje ele consome 50 quilos
2. O alimento em alguns países está caro porque a população mundial continua crescendo podendo chegar em 2050 a 9 bilhões de pessoas.
3. Os EUA optaram pelo milho para biocombustível.
4. O Brasil não é responsável pelo aumento dos preços de alimentos. Na verdade, em parte, a elevação é conseqüência da diminuição da área plantada e dos subsídios dados por países como os Estados Unidos.
Finalmente, fica claro que é possível manter o incremento de alimentos e paralelamente ter uma política, justa, economicamente viável e ambientalmente sustentável para a produção de biodiesel. Espera aí! Quem foi que disse que o “Brasil é o país do Futuro”?

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