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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Padrões de Comportamento Humano e os Numerati.




Existem fatos e observações que ninguém jamais esquece. Lembro de uma observação de um professor da disciplina Genética Quantitativa, por ocasião do meu curso de doutorado, que sempre chamava a atenção para “o que está por detrás dos números”, ao se fazer a análise dos dados estatísticos coletados. Ou seja, há que se refletir e avaliar bem o que os números querem dizer em função daquilo que se está a pesquisar.
Imagine você em determinado aeroporto esperando a hora do embarque e ao seu lado se encontra um jovem com seu notebook a navegar na internet em busca talvez de atender aos anseios e necessidades de consumo que ele possui. Em poucos minutos de observação, você já poderia traçar possíveis cenários de produtos e/ou serviços que poderiam ser oferecidos àquele jovem no sentido do pronto atendimento aos seus desejos de consumo.
É justamente sobre esse assunto que o jornalista da Business Week Stephen Baker aborda em seu livro The Numerati, sobre como cientistas da computação e matemáticos estão vasculhando milhões de dados na internet criando o que ele chama de “modelo matemático da humanidade”. Como tudo que é novo gera resistência e controvérsias, dificilmente aceito como verdade pela maioria das pessoas.
Sem querer entrar no mérito do que está escrito por Baker em seu livro, é válido salientar que, as ferramentas tecnológicas utilizadas para monitorar os internautas, tem um lado positivo que é justamente saber como as pessoas se comportam e a partir dos dados obtidos, criar mecanismos que otimizem a produtividade dos colaboradores em uma empresa, ou criar produtos e serviços que atendam as necessidades reais de consumo do grupo de indivíduos observados.
Na realidade, o novo em tudo isso é a ideia por trás de Numerati: todas as áreas da atividade humana - do consumo, ocupações de lazer, rotinas de trabalho e estilos de vida - oferecem dados que devidamente tabulados e interpretados além de cruzados e exaustivamente analisados em busca de informação que profissionais de marketing, cadeias de supermercado ou entidades patronais podem usar para tornar as respectivas atividades mais eficazes.
Surge desse modo uma grande estratégia de observação do comportamento humano, de seus anseios, necessidades e vontades. Caberia dizer então que “você é o que você digita e o que você navega na internet”.

Um comentário:

Dimas de Castro e Silva Neto disse...

Caro Amigo,
Parabéns pelo texto e sua merecida publicação no Jornal do Cariri.
Abraços